A caixa de ferramentas oculta da Candida: Cientistas descobrem uma estratégia de infeção até então desconhecida

Um novo estudo mostra que a proteína sanguínea comum albumina pode transformar estirpes fúngicas de Candida albicans, que de outra forma seriam inofensivas, em agentes patogénicos perigosos

24.07.2025
Beatriz Cristóvão, Leibniz-HKI

A albumina acciona a virulência dos fungos: A Candida albicans forma biofilmes mais densos na presença de albumina humana (à direita) em comparação com a sua ausência (à esquerda), revelando uma via de patogenicidade oculta.

Uma equipa de investigação liderada pelo Instituto Leibniz-HKI, em Jena, descobriu uma nova forma de a levedura Candida albicans danificar os tecidos humanos. Num estudo publicado na revista Nature Communications, os cientistas descrevem uma estratégia alternativa de patogenicidade que envolve a proteína do soro humano albumina. Este mecanismo não tinha sido descrito anteriormente e pode ajudar a explicar porque é que certos isolados clínicos de Candida albicans parecem inofensivos em testes laboratoriais, mas causam infecções nos pacientes.

A Candida albicans faz parte do microbioma humano normal, colonizando as superfícies das mucosas sem causar danos. No entanto, em condições específicas, o fungo pode tornar-se patogénico - particularmente em pessoas com sistemas imunitários enfraquecidos. Há muito que os cientistas sabem que a Candida albicans causa infecções utilizando mecanismos bem descritos, como a produção de toxinas e a formação de hifas para invadir os tecidos do hospedeiro.

Agora, uma equipa de investigação internacional liderada por Mark Gresnigt do Instituto Leibniz para a Investigação de Produtos Naturais e Biologia da Infeção (Leibniz-HKI) descobriu outra ferramenta com a qual a levedura pode causar danos: "Descobrimos que a Candida albicans pode utilizar uma estratégia de patogenicidade alternativa", diz Sophia Hitzler, primeira autora e candidata a doutoramento no grupo de investigação júnior de Gresnigt, Adaptive Pathogenicity Strategies, no Leibniz-HKI. "Mesmo as estirpes ou mutantes anteriormente considerados não virulentos no laboratório tornaram-se citotóxicos quando a albumina estava presente".

A procura de factores do hospedeiro em falta

A ideia para o estudo surgiu de uma observação intrigante: alguns isolados clínicos de Candida, embora retirados de pacientes infectados, não causavam danos visíveis em modelos de laboratório padrão. "Isto não batia certo", recorda Hitzler. "Suspeitámos que faltava algum sinal importante específico do hospedeiro nos nossos sistemas de teste - e a albumina era um candidato provável."

A albumina é a proteína mais abundante no soro sanguíneo humano. Desempenha vários papéis no transporte, na ligação de nutrientes e na regulação imunitária. Em modelos de infeção cuidadosamente controlados, os investigadores descobriram que a albumina desencadeou uma mudança no comportamento dos fungos: mesmo as estirpes de Candida anteriormente não prejudiciais começaram a crescer mais fortemente, a formar biofilmes e a libertar uma molécula lipídica citotóxica chamada 13-HODE, que danifica diretamente as células humanas.

"O fungo não precisa necessariamente de desenvolver hifas longas ou de produzir grandes quantidades de toxinas para causar uma infeção", explica a coautora Candela Fernández-Fernández, também candidata a doutoramento na equipa de Gresnigt. "Dependendo das condições em que se encontra, adapta-se e pode tirar partido do hospedeiro".

Uma via metabólica oculta conduz a danos

Para desvendar o mecanismo que conduz à infeção, a equipa utilizou uma combinação de métodos, incluindo microscopia, ensaios de danos baseados em células, transcriptómica e metabolómica. Mostraram que a albumina desencadeou uma reprogramação do metabolismo dos fungos, incluindo as vias de oxidação dos lípidos que conduzem à produção do composto tóxico 13-HODE - que anteriormente não tinha sido associado à virulência da Candida albicans.

As novas descobertas destacam algumas considerações importantes para futuras pesquisas sobre fungos. Uma delas é a necessidade de sistemas de teste fisiologicamente relevantes que reflictam melhor o ambiente do hospedeiro humano. "O simples fornecimento de nutrientes essenciais no laboratório não é suficiente", diz Hitzler. "São necessários os sinais ambientais corretos. Caso contrário, podemos ignorar estirpes que são realmente perigosas no corpo humano."

Outra lição é a importância de trabalhar com isolados clínicos que reflictam a diversidade das estirpes de Candida nas infecções do mundo real. "Se quisermos estudar uma infeção vaginal, por exemplo, faz sentido utilizar uma estirpe desse local", afirma Fernández-Fernández. "As estirpes normais de laboratório podem não refletir o que se passa numa infeção real."

Com esta nova compreensão, a Candida albicans surge como um organismo ainda mais versátil, capaz de mudar de estratégia consoante o seu ambiente - e até uma única proteína do hospedeiro, como a albumina, pode fazer pender a balança para a doença. No futuro, este conhecimento pode contribuir para modelos de infeção mais realistas e, a longo prazo, pode ajudar a identificar novos alvos para estratégias antifúngicas.

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